sábado, 4 de novembro de 2017

MEU RIO

Olhei para ti, não acreditei.
Era tudo que eu quis ver, tudo o que sonhei!
Tu estás bem na minha frente,
não consigo acompanhar a corrida desta corrente!

Não sei de onde vêm estas águas fluidas.
Mas estão vindo tão tratadas, tão despoluídas!
Correm tão fortalecidas!
Correm tão enriquecidas!

Tuas bolhas emergem destas águas.
Sinto que estás querendo me dar um aviso!
Quero me entregar para estas águas sem máculas.
Quero me desfazer neste rio!

Meu rio,
como tu és bonito!
Como é bonito ver o teu outro mundo!
Até os peixinhos descansam nesta linda profundidade azulada,
eles têm certeza, que não faltará nada, nesta água oxigenada!

Tu molhaste a minha secura de cara!
Lancei o meu coração nestas águas,
para tapares todas as rachaduras.
Nem sei como irei expressar para ti, as minhas ternuras!
Nem sei como irei expressar para ti, as minhas ternuras!
Não sei se é uma nova filosofia,
ou um dos princípios da potamofilia!
Mas o meu mergulho está garantido.

Meu rio,
como tu és bonito!
Saíste das entranhas de uma abençoada nascente!
Só falta subires às montanhas
para guiares o poente.

As plantas ficam mais rejuvenescidas
nestas águas adocicadas!
E os meus sonhos ficam afundados no rio,
dando-me o pressentimento,
que não sairão desta nítida morada.


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, de 14 a 15 de fevereiro de 1999.



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