quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A TORRE

Eu olho para o alto;
Como é elevado o prédio!
Terei de dar um grande salto
Pois não há outro remédio

Desse frio preciso fugir
À torre vou subir
Porque me espera o teu abraço
E esse sacrifício eu faço

O incentivo tu me dás
Para te alcançar
Visto que não estou em paz

Olho com mais nitidez o terraço
Estou chegando ao céu, pois venci o mar
E me cobrirão o teu beijo e o teu abraço


- Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio, junho de 2014.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

ORAÇÃO PELO PÃO

Abençoado seja Senhor, este pão
Depositado à mesa
E preparado com grandeza;
Eu Te sou grato pela provisão

Terei o prazer de o apreciar
E a minha necessidade saciar
Por este pão serei  reanimado
Sentindo-me bem e revigorado

Neste momento, Tu me iluminas
Pois não comeria um alimento cheio de vitaminas
Sem a Tua Companhia Sagrada

Por Ti, a minha vida é edificada
No centro da mesa estás 
Fazendo-me comer em paz


- Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio, novembro de 2012.

sábado, 12 de setembro de 2015

LUA SURREAL

Rabisca o céu o pintor.
Não o quer de uma só cor.
O novo céu vai saindo de sua imaginação.
Quer transpor o limite de sua indagação.

Jorram cores ao mesmo tempo do pincel;
vão tingindo o velho véu.
Hipnotizado pela inspiração, o mestre lhe obedece.
Não tem a noção do que a sua mão escreve.

Faz um longo estudo
para ver onde colocará a rainha.
Escolheu o espaço certo o pincel pontudo,
para ela quebrar a velha rotina.

Desenhou a lua multicolorida!
Acertou no comprimento e na medida!
É uma lua mais do que superficial,
é uma lua surreal!

Lua banhada pelas cores primárias e secundárias.
Não deixa sem luz nenhuma área!
A lua não é terrenal,
mas a ideia me parece ser bem angelical.

Estou preso no céu distorcido.
As disformes estrelas deixam-me distraído.
A sonhada lua deu-me na garganta um nó;
é a lua de Miró;
lua para ninguém estar só.

O mestre reparte a criação comigo.
Quer que seja o meu novo abrigo.
Isto não é qualquer lua minguante,
mas fiquei policromizado,
ao ser invadido pelas suas cores penetrantes.


- Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 1° de outubro de 1999.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

ORAÇÃO DE EZEQUIAS
(Livro do Profeta Isaías 37.16-20)

Oh Senhor dos Exércitos,
que acima dos querubins estás entronizado!
Tu que floresces os desertos,
e que dás Liberdade aos escravizados...

A terra e o céu firmaste.
Do fundo dos sulcos, os mananciais tiraste!
O Deus de todos os reinos, Tu és;
reis se prostram aos Teus Pés!

Deus, já se levantou o inimigo...
Mas Tu estás comigo!
O povo treme com as ameaças;
esvaziam-se campos e praças.

Os países, ele tem arrasado.
Os deuses deles, tem queimado.
Foram os homens que produziram,
mas o fogo e a espada os ruíram.

Senhor, ouça o meu rogo.
Tua Obra jamais será destruída pelo fogo!
Que os nossos adversários,
sejam dispersos pelos Teus Poderes Extraordinários!


- Adaptação de Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 18 de maio de 2004.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

UMA LEMBRANÇA

À noite, um vulto!
Excitação, não consigo dormir!
Me levanto, e eis o susto:
começas a existir!

És a alucinação,
te soltaste do meu coração!
Verifico se eu estou febril;
pulsação vai a mil!

Que linda visão!
Para mim, não há escuridão.
Um presente da minha lembrança;
giras na tua dança.

É verdade! Não estás ali, na moldura!
E eu que estava à tua procura!
Me esforço para deixar de me lembrar,
para que eu volte a te amar.

Mas os segundos começam a te apagar.
Inesquecíveis, esses, que vivi!
Volto à cama, baixinho a soluçar,
lembrando-me do dia, em que eu te perdi.


- Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 1° de setembro de 2002.