sábado, 27 de agosto de 2016

LUCIDEZ

É triste perder a lucidez
A gente a fica procurando
Mas seus sinais vão se dissipando
Nos levando à real viuvez

Perdemos a noção de tempo e espaço
Não sabendo dar o próximo passo
E se arruína nossa estabilidade
Pois sem ela, não há qualidade

Mentes ficam travadas
Sem conserto; embaçadas
Onde a lucidez foi morar?

A resposta não tenho como dar
Pois a falta de lembrança nos mata;
Marca desta vida ingrata


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio, agosto de 2016.
CARINHOSO

Foi uma bênção, d'eu te avistar no caminho
À padaria, ter-te trazido
Para falar dos livros que temos lido
E tomando um café recheado de carinho

Curtindo uma tarde de paz
Comendo um biscoito que se desfaz
Amando o teu olhar nobre
Que não se importa com  meu verso pobre

O biscoito é carinhoso com nosso paladar
Meiguice que não se pode explicar;
Um ingrediente singular

E da vida a gente esquece
Pois o recheio nos apetece
Bem antes que o poente comece


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio, agosto de 2016.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

WASSILY KANDINSKY
(Tudo Começa Num Ponto...)

Cores volumosas deixaram-me tonto
Inaugurando uma hipnótica era
É como o poeta-pintor dissera:
Tudo começa num ponto

São claras as suas intenções
E vibrantes as suas improvisações
Preenche as telas a deformidade habitual
Chovendo sobre a paisagem estival

Há desenhos discretos; cor de brandura
Mulheres e cavaleiros na xilogravura
Barco de pesca num mar de aquarela

E o poeta-pintor abre a janela
Para o rio de outono passar
E sobre ele, o meu trenó deslizar


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio, março de 2015.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O NOSSO SOCORRO...
(O Nome do Senhor!)

O nosso socorro está no Nome do Senhor.
Porque Ele é o Invencível Redentor!
Da terra e céu, é Criador!
E no Seu Átrio devemos estar com muito louvor!


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

sábado, 13 de agosto de 2016

NA ENFERMIDADE...
(Salmo 41.1-3)

O Senhor te protegerá.
A tua vida, preservará.
É Ele quem diz;
pela terra, te fará feliz!

Te reerguerá deste leito.
Sarará das dores do teu peito.
A tua cama, Ele afofará...
O teu descanso, suave será.

No teu caminho, não estarás desamparado.
Deus te fará um bem-aventurado!
É Ele quem acode o necessitado...

Te dará saúde sem igual!
E quando vier a luz matinal,
verás que foi Deus que repreendeu o temporal.


-Adaptação de Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2006.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

CLARISSA E A PRIMAVERA

A primavera está chegando,
e você comigo está andando.
Vamos recebê-la,
por estar descongelando os campos, vamos agradecê-la!

Vocês duas são irmãs.
A tarefa de vocês não é vã,
de reformar o verde dos bosques,
e espantar os meninos maus que machucam os bichinhos
com os seus bodoques.

Em pouco tempo, ocupará o seu posto.
Até fará correr os dias do mês de agosto.
Você e o seu nome são uma flor, Clarissa!
Aqui no seu canteiro, você fica livre dos homens, e de sua cobiça.

Dentro de alguns dias, você abraçará a parceira inseparável.
E juntas, consertarão o que se tornou irreparável.
Jamais escondeu dela a tamanha admiração,
sei que o lugar da recepção será no seu campino coração!


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 27 de julho de 2000.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

TROVA PARA RAFAELA SILVA

Na arena você se lançou
E o preconceito derrotou
Mostrando a vitória, como jamais se viu
Dando cara nova ao Brasil


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

terça-feira, 9 de agosto de 2016

AOS PAIS...

Pais presentes,
com conselhos sábios e consistentes.
Quando às suas casas chegam, os filhos saúdam o seu regresso;
felicidade maior têm, acompanhando-lhes o progresso!

Pais educadores...
Além de serem amigos, são incentivadores!
Quando os embates de vida vêm, fazendo-me perder dos olhos o brilho,
o meu pai chega e diz: "Não desanime, filho!"

Pais que chamam os seus filhos à oração.
Entregando a Deus, cada projeto,
e pedindo-Lhe para que não falhem em sua missão.

Rogando-Lhe para serem mais consagrados...
E que não façam de suas vidas um mero objeto,
mas que no futuro, sejam pais dedicados!


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 06 de agosto de 2007.

sábado, 6 de agosto de 2016

ORAÇÃO DE JONAS
(Livro do Profeta Jonas 2.2-9)

Senhor, quanto breu!
Fiz falar mais alto o meu "eu".
Na minha angústia Te clamo,
pois esta prisão não estou suportando!

Estou no fundo do mar...
As ondas estão a me torturar.
Procurei o meu próprio exílio,
mas quero Te declarar o meu idílio.

Eu me lembro
quando subia ao Teu Templo...
Via o meu povo Te buscar,
e ao Teu Refrigério, muitas vezes me vieste convidar.

Agora, do Teu Templo estou longe.
No meio deste abismo,
Tu estás aonde?
Que eu não seja envolvido pelo ateísmo!

Quero pisar em terra firme.
Do meu pecado me limpe!
Por Tua Ira que eu não seja mais punido,
pois o meu ser já está desfalecido!

Não quero mais Te trair!
Um Novo Compromisso quero assumir.
Abre as portas da sepultura,
pra que eu veja a minha jornada futura.

E esquecerei dos meus padecimentos.
E com a voz de agradecimento,
exultação Te oferecerei!
O que votei pagarei,
pois só Tu dás a Salvação!


- Adaptação de Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 06 de setembro de 2004.
CIRROS

Cirros.
No céu, são rios!
Fazem uma curva, para imitar o teu sorriso.
Por eles, são capturados os focos de granizo.

O céu está todo arranhado!
Todos os riscos foram inventados!
São nuvens que nos dão capacidades vitais;
querem que trilhemos estas estradas de cristais.

Refletem nas tuas lentes,
e eu fico mais sorridente!
Façamos a viagem;
curtamos a límpida paisagem!

Os cirros são duradouros;
cristalíferos tesouros!
Não são mentirosos,
para o céu, são ornamentos valiosos!

Tomara que não se desfaçam no final da tarde.
Que Deus os guarde!
Os cirros são também abrigo para os anjos!
Dos corredores saem estes maviosos cantos!

Os cirros
transformam os teus cílios;
trazem a confirmação do nosso idílio;
curam-te dos espirros.

O teu sorriso não cairá,
pois o granizo não o derrubará.
Os cirros querem nos transformar em cristais,
para que a dúvida, se somos tão iguais?


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 04 de dezembro de 1999.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

NUVEM VERMELHA

No final da madrugada,
fui à janela,
e vi que o sol não havia saído de sua nebulosa morada;
e nem havia esquentado as fechadas azaleias.

Mas deixou um sinal:
uma nuvem ficou rubra.
Logo na madrugada final;
a nuvem ficou escura.

A nuvem ganhou um tom avermelhado.
Cuja cor, era semelhante a do meu telhado!
As nuvens cinzentas desistiram de fazer a chuva,
quando viram-na com a cor da uva!

A nuvem, aos poucos, se deslocava.
A fenomenal cor, ao céu, mostrava.
Será que ardia?
Será que era a luz do meu dia?

Como ficou vermelha a nuvem gigantesca!
Parecia que Deus havia pintado uma coisa pitoresca!
A nuvem vermelha tornou-se o meu brinquedo.
Fiz de tudo para colocar o dedo!

Suspeitavam as neblinas;
fugiam como espantadas meninas!
Eu mexia demais com os meus pensamentos;
qual era o motivo de tanto enrubescimento?

A janela me deu o gratuito ingresso,
pois sabia que a nuvem espetacular não passaria
na televisão!
jamais desejei o seu regresso;
jamais desejei a partida, daquela que furtou
a cor do meu coração.


- Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 2000.