CÂNTICO I
De noite, levantei do meu leito
para buscar aquele que ama a minha alma.
Porém, não o encontrei.
Como desamparada fiquei!
Saí a rodear as ruas e praças adormecidas,
e as estradas obscurecidas.
As esquinas apontam rumos discretos,
só para dificultarem-me, a não descobrir esse esconderijo secreto.
Será que o meu amado não sente, as oscilações do meu coração sincero?
Como estou enferma de amor!
Preciso livrar os meus olhos dos embaraços do nevoeiro,
e não deixar ir embora aquele que me amou primeiro,
para que do meu coração seja senhor!
E as mesmas esquinas, apontam rumos diferentes.
Mas não darei ouvidos, à minha pessoa fatigada e descontente!
Acharei um rasto que me levará ao peito do meu amado.
Deus, perdoa-me se eu estou agindo com furor e não sabiamente,
mas peço-Te, que me faças esse agrado!
CÂNTICO II
Como ela é formosa!
É preenchida de formosura!
Dentre as filhas de Jerusalém,
essa eu quero ver bem!
O que me aprisiona a ela, é a sua jovialidade,
que aflorou na sua tenra mocidade.
Desprezou as libertinagens.
Refugiaremo-nos nas mais altas colinas de Gileade!
Faremos muitas outras viagens,
para estimar desse amor, as prósperas vantagens!
Como ela é formosa!
O seu amor é doce,
guardou o sabor o meu paladar.
O vento traz o cheiro de seus cabelos perfumosos,
é muitíssimo suave o seu falar!
O mel destila-se de seus lábios gostosos.
A sua alma é a minha casa!
Juntos, somos um pássaro de plumosas asas!
Ditoso sou, por ter com quem voar.
(Baseados no Livro do Cântico Dos Cânticos de Salomão, Caps. 3 e 4)
Adaptações de Gabriel Ribeiro Eleodoro
Rio de Janeiro, de 20 a 27 de junho de 1999.
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