segunda-feira, 23 de março de 2020

NOVE HORAS

Ela foi abrindo os olhos
levemente...
O sol já estava alto.
O seu companheiro fazendo a barba,
em meio a pedestres apressados.

Um rapaz vem em sua direção:

"Moço, que horas são?"

"São nove horas."

Ela foi se esforçando,
para tirar a cabeça do travesseiro;
se levantando do colchão rasgado,
e dos panos rotos.

O seu companheiro, fazendo a barba,
para encarar a vida;
lutando contra a triste
e malfadada realidade.


-Gabriel Ribeiro Eleodoro

Rio, março de 2020.

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